1) Impor limites. Ter autoridade, sem ser autoritário, para não sucumbir à tirania do filho. A autoridade, quando exercida com equilíbrio, é uma manifestação de afecto e traz segurança. São pertinentes as palavras de Marilda Lipp: "O comportamento frouxo não faz com que a criança ame mais os pais. Ao contrário, ela os amará menos, porque começará a perceber que eles não lhe deram estrutura, sentir-se-à menos segura, menos protegida para a vida. Quando os pais deixam de punir convenientemente os filhos, muitas vezes, pensam que estão a ser liberais. Mas, a única coisa que eles estão a ser é irresponsáveis".
2) Transmitir valores. O filho precisa de um projecto de vida. Desde pequeno, é importante o desenvolvimento de valores intrapessoais - como ética, cidadania, solidariedade, respeito ao meio ambiente, auto-estima - que promovam adultos flexíveis e versáteis que sabem resolver problemas e são abertos ao diálogo, às mudanças e às novas tecnologias.
3) Valorizar a escola e o estudo. Os educadores erram sim! E os pais também! Pequenas divergências entre a escola e a família são aceitáveis e quiçá salutares, uma vez que educar é conviver com erros e acertos. O filho precisa de desenvolver a tolerância, a ponderação, preparando-se para uma vida na qual os conflitos são inevitáveis. No entanto, na essência, deve haver entendimento entre pais e educadores. O filho é como um pássaro que dá os primeiros voos. A família e escola são como duas asas: se não tiverem a mesma cadência, não haverá uma boa direcção para o nosso querido educando.
4) Dar segurança do seu amor. Importa mais a qualidade do afecto que a quantidade de tempo disponível ao filho. É preciso nutri-lo afectivamente, pois a presença negligente é danosa para o relacionamento. A paternidade responsável é uma missão e um dever a que não se pode furtar. No entanto, vêem-se filhos órfãos de pais vivos. A vida profissional, apesar de suas elevadas exigências, pode muito bem ser ajustada a uma vida particular equilibrada.
5) Dedicar respeito e cordialidade ao filho. Tratá-lo com a mesma urbanidade com que tratamos os nossos amigos, imprimindo-lhe um pouco de nós pelo diálogo franco e adequado à sua idade.
6) Permitir que, gradualmente, o filho resolva sozinho as situações adversas. Um filho superprotegido possivelmente será um adulto inseguro, indeciso, dependente, que necessitará sempre de alguém para apoiá-lo nas decisões, nas escolhas, já que a ele foi podado o direito de agir sozinho.
O caminho da evolução pessoal não é plano e nem pavimentado. Ao contrário, é permeado de pedras e obstáculos, que são as adversidades, as frustrações, as desilusões, etc. Da superação das dificuldades advêm alegrias e destarte aprimora-se a autoconfiança para novos embates. Há momentos em que os pais devem ser dispensáveis "devemos dar-lhe raízes e dar-lhe asas".
7) Consentir que haja carências materiais. Cobrir o filho de todas as vontades (brinquedos, roupas, passeios, conforto, etc.) é uma imprevidência. Até quando vão perdurar essas facilidades? Disponibilizamos prioritariamente aquilo que não tivemos na nossa infância. Mas cabe a pergunta: estamos a dar-lhes aquilo que efectivamente tivemos e fomos felizes por isso?
8) Conceder tempo para ser criança (ou adolescente). Não se deve sobrecarregar o filho com agenda de executivo: desporto, línguas, música, excesso de lições, actividades sociais, etc. Se queimarmos etapas de seu desenvolvimento, ele será um adulto desprovido de equilíbrio emocional. Nosso filho precisa brincar, partilhar, conviver com os amigos, desenvolvendo, assim, as faculdades psicomotoras e a sociabilização.
9) Desenvolver bons hábitos alimentares e exercício físico. A saúde é um dos principais legados e não se pode descurar. O nosso filho será uma criança e um adulto saudável pela prática regular de desporto e pela ingestão diária de proteínas, frutas, verduras, legumes e muita água. Não se pode esquecer o Sol nos horários recomendados. Tais hábitos promovem o bem-estar, a auto-estima e a boa disposição para a vida.
10) Convencer o filho a assumir tarefas no lar. Certamente haverá resistência, mas ele deve ter responsabilidades em casa, assumindo algumas tarefas domésticas, como limpar os sapatos, fazer compras, lavar louça, tirar ou colocar a mesa, etc. É indispensável que tenha hábitos de higiene e mantenha o seu quarto arrumado.
O filho não vem ao mundo acompanhado de um manual de instruções e nem tampouco lhe será concedido um certificado de garantia. Educar é conviver com erros e acertos. Mais acertos, proporcionalmente ao diálogo e à ternura.
“Nós, pais, educamos pouco através de cromossomos e muito através de como somos".
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